Euteamo

Euteamo.
Assim mesmo, sem espaços, vírgulas e sem ponto final.
Euteamo.
Corrido, apertado, junto mesmo quando parece separado.
Euteamo.
Amo do meu jeito, descobrindo novas palavras e preenchendo novos sentimentos.
Euteamo.
Como eu sempre quis amar, estruturado, de um jeito diferente e não indiferente.
Em resumo, euteamo porque todo dia escolho continuar a te amar sem precisar exitar.

Mais um dia.

O dia amanheceu sem cor, hoje os pássaros não cantaram, eu vi o dia raiar sentada da cama olhando pela janela fria, vi o começo da chuva, folhas caírem, vi as horas passarem sem ao menos mudar de posição, vi sua foto no porta retrato e já não conseguia ver mais nada. Percebi que suas fotos não me satisfazem mais, só me fazem sentir mais sua falta ainda… Passei o dia sentindo como se eu fosse enlouquecer, tentando me desligar do mundo e de mim mesma.

Nosso quarto agora é frio, vazio, sem sentido. Roupas largadas pelo chão, por todos os lados papéis amassados com cartas escritas que não consigo te escrever sem que antes eu encharque o papel com minhas lágrimas estragando tudo, garrafas de bebidas vazias por todos os móveis, se meu quarto está um completo caos, você não consegue imaginar como minha mente está, não faço ideia de como sobreviver. Só sei que sinto sua falta.

Vejo...

Olho no espelho e já não sei mais quem ver. Olhos fundos quase sem força, pele marcada pelo cansaço, cabelo bagunçado por descuido, unhas roídas, mas ainda assim se recusando a desistir. Toda essa força que ainda mantem este corpo de pé consome tudo o que vê pela frente de maneira absurda, restando exaustidão.

Os dias se arrastam em lentidão, a luta contra o vazio frio é constante, não se vê quase sorrisos, os dias quentes fazem o inferno se tornar cada vez mais real. Pessoas sempre com pressa passando por cima uma das outras, as ruas do centro conseguem ser menos sujas que a alma de cada uma delas, quando foi que tudo isso começou? Copos vazios já não significam nada em uma vida cheia de receios. A cada entardecer um suspiro de alivo surge, as escuridão traz calmaria.

Todas as noites, tomada pelo cansaço, antes de dormir, se larga em devaneios sem controle. Deseja que faça chover lágrimas de saudade, um amor gritado em silêncio,  apenas estrelas em seu quarto, um abraço que junte seus pedaços...Deseja que se for embora dê rosas banhadas em sangue, em seu sangue.

Só por você eu quero aprender.

    Um dia desses te falei "não sei caber em um coração como o seu, eu sou só excessos" e o silêncio se encarregou de lhe dizer todo o resto. Essa semana você cansou da bagunça que eu esparramava em  sua volta sem me importar com o que isso significaria. Me disse adeus, pegou todo o meu caos e me devolveu, enquanto eu fiquei parada ali sem saber o que sentir. Nessa semana decretei o meu fim. Me afoguei nos meus excessos sem saber nadar, só aí entendi o quão exaustivo era gostar de alguém como eu. 

    Dessa vez não vomitei amores falidos mas sim o que sentia só que não assumia, gritei a plenos pulmões pra você escutar o quanto doía, te mostrei minha fragilidade que até eu desconhecia. E logo eu que sempre fui tão indiferente aos outros, senti como se mil agulhas perfurassem meu corpo ao escutar teu choro, e pensar que minha indiferença te fez ir sufocando aos poucos sem eu perceber, ver isso fez eu me odiar. Como precisei chegar até esse ponto pra perceber como era doloroso não prestar atenção em você? 

    Por tanto tempo fomos capazes de enganar nós mesmos, fingir que nada importaria enquanto o outro estivesse ali, achar que o tempo iria parar por conta de nossos caprichos. Não era bem assim.  Foi quando entendi que pela primeira vez eu precisava de alguém. Precisava de você pra me ensinar  a "caber", me mostrar que nenhum trauma do passado pode continuar me perseguindo, me mostrar que é melhor olhar pra frente ao invés de olhar apenas para o chão. Então, me mostra como é o seu gostar, como é preencher e não transbordar, me mostra que não sou só o seu caso perdido, porque eu descobri que não tem coisa melhor do que ouvir teu riso feliz por estar comigo. Continua a olhar pra mim e não através de mim, a me mostrar que não tem mal algum em ser gostada de vez em quando, me faz esquecer de amores unilaterais que só me fizeram sofrer, continue a me abraçar em público mesmo sabendo o quanto vou te odiar por fazer isso e promete que vai voltar pra segurar minha mão quantas vezes eu precisar ou simplesmente por gostar. 

Ps: agora você pode continuar a colecionar retalhos sobre mim e saber que eu escrevo sobre você. 

Ainda se trata de você.

    Já é tarde, faz frio, meu estomago dói tanto quanto o buraco que você deixou no meu peito, toca Frank Sinatra repetidas vezes faz algumas horas e as lágrimas ainda não se foram. Começo a perceber o quão difícil é respirar sem você aqui, é quase impossível sonhar com todo esse seu silêncio, cada vez que tento esquecer só me lembro mais e não há nenhuma droga no mundo capaz de me ajudar, azar meu.

    Eu só queria um pequeno drama, algo que eu pudesse glamorizar em minhas memórias, algo como se  existisse algum dia um "Eu e Você", ao invés disso só existiu o "Eu sem Você" e uma bagunça mental que vou demorar meses pra por tudo em seu devido lugar. As lembranças batem como um martelo na minha cabeça, as borboletas demoraram para aparecer e hoje morrem devagar dentro de mim por não existir nada que possa servir de alimento já que justamente a parte que cumpria esse dever foi a que você levou de mim. 

   Queria ter certeza de que tudo o que me dizia foi mentira, não ter acreditado em nenhuma palavra sua, em nenhum dos seus beijos que me devolviam cada vez mais o meu ar, em nenhum dos seus abraços que me escondiam do mundo, mas a única certeza que tenho é que as únicas mentiras ditas quando te encontrava, eram as que meu coração insistia em contar pra mim mesma. E por mais que eu tente te culpar por algo eu jamais irei conseguir, porque eu não sou assim. 

   A música do nada para, talvez seja a hora de eu parar também. Mas sabe, de vez em quando sei que ainda vou esperar a quebra do teu silêncio, que você me devolva o que levou embora e o Adeus que você não deu.

       

Ela e Ele.

      Ela:
Em Maio te conheci.
Em Junho me apaixonei e acreditei.
Em Julho você fez a distância doer.
Em Agosto espero que o vazio suma.
     
       Ele:
Em Maio você apareceu.
Em Junho te falei coisas que eu acreditei.
Em Julho comecei a ser apenas um conhecido.
Em Agosto não terei mais nenhuma lembrança.

      Ela: enganada, traída e ferida.

      Ele: vivendo a sua vida.

Você foi...

Você foi da mesma forma que chegou, 

(Rápido)

mas não deixou tudo como era antes de você aparecer,

(Nada)

levou consigo o que restava de mim. 

(A vontade de sentir)

Sobrou o vazio que ainda não sei se é bom ou é ruim,

(Vazio)

sobrou a tua falta que não sai daqui. 

(...) 

Sobre me apaixonar por você.

    Foi por esses dias, no meio da noite, não me lembro se estava lendo ou vendo algum filme pra tentar pegar no sono, só sei que foi como um estalo que descobri estar apaixonada. Não teve as malditas borboletas no estomago mas sim um enxame de abelha me revirando toda por dentro, não senti o famoso "friozinho" na barriga mas um belo soco na boca do estomago, achei que seria tudo que nem os filmes nos mostram e não essa bagunça em que me vi, achei várias coisas, só que quando achei você parei de achar e comecei a ver... Ver que tudo seria ao contrário do que até então eu estava acostumada, que tudo seria do avesso, mas que ao contrário é bom, realmente bom e do avesso pode ser bonito também. Nunca fui uma garota que se encaixava nos padrões de "ser uma garota", então me apaixonar também teria que ser diferente. Nós somos diferentes, e isso faz com que eu goste cada vez mais da ideia de se ter um "Nós". 

    Não sei o que sou pra você, o efeito que causo em você, mas eu sei que você é como uma brisa no meio de um calor de 35 graus, é a única cor vibrante no meio de todas as outras cores desbotadas que eu enxergo no meu dia, é o perfume que meu cérebro registrou tão bem que parece que está impregnado na minha pele, é o meu mini ataque cardíaco diário... Você me faz dormir mais do que minhas 3 horas de sono diárias por estar com você, faz minha perna direita parar de tremer, me trava como nada já foi capaz de fazer, enche meus pulmões de ar e não de lágrimas, me abraça no meio do filme e me faz pegar no sono porque não existe lugar mais quente e calmo do que no teu abraço, me faz querer ficar horas deitada só te vendo dormir porque me faz sentir paz. Você é/e faz eu sentir o equilíbrio entre a calmaria de estar apaixonada por você e a bagunça de eu não saber como "ser" apaixonada. 

    Me apaixonar por você é assim. 

Indo embora.

Hoje é um dos "meus dias".Um daqueles dias que eu sei que algo ou alguém está indo embora, sem chance alguma de voltar,foi um daqueles dias em que sai na rua pra me perder,em que os fones de ouvido tocando alguma música bem alta foram meu único escudo pra dor, o cabelo bagunçado era só pra poder esconder as malditas lágrimas que insistiam em cair sem que eu desse sequer alguma permissão pra isso. Havia tempo já que eu não tinha um dia desses, um dia quente mas em que eu só sentia frio, em que eu recebi inúmeros sorrisos mas em troca eu só retribuí olhares sem sentido.

 A culpa não foi minha por ter um dia desse, a culpa foi sua. É,você me quebrou. Mas tudo bem, eu varri os pedaços pra debaixo do tapete e tudo pareceu bem, até perceber que foi embora. Como você foi fazer isso comigo? Logo agora em que eu mais precisava de você! Fiquei o caminho todo pensando no que eu fiz pra te fazer me deixar, se foi algo  que eu disse ou foi só porque você apenas se cansou de mim. Pensando bem, eu também canso de mim mesma com frequência, então eu não deveria ficar espantada com sua partida tão repentina, só que me espantei. Mas eu queria saber de você se foi fácil fazer as malas em segredo, estar presente por esse tempo e de um segundo pro outro, em um piscar de olhos partir,como se não fosse nada. Eu precisava de você. Eu preciso mais do que nunca de você.

Sai por aí hoje, fazendo o que tinha que fazer, mas escolhi pegar o caminho de ruas vazias me enchendo de esperanças de poder te encontrar, pra tentar te  convencer a não me deixar, pra te prometer que eu dessa vez iria fazer por merecer, que eu não te abandonaria... Não abandonaria você outra vez. Eu sei que te abandonei muitas vezes, te fazendo passar vergonha, te deixando esperar, mas acredite dessa vez era pra ser diferente. Eu estava tão feliz, tão confiante que faríamos isso tudo dar certo, que tudo estava se arrumando e ficaríamos bem. 

Pensa melhor, não quer ficar? Ao invés de partir, seria mais fácil me ver carregar as malas sozinha e sumir, pois sempre foi assim. Não me importaria de ir embora mais uma vez, ir embora no  seu lugar, só pra que você não tenha que ficar vagando por aí. Deixa eu fazer as malas e ir, afinal fugir sempre foi meu melhor "esporte" se lembra? Só não vai, não vá sem saber aonde ficar. Fica. Eu vou. Se quiser te prometo nunca mais voltar e quando ameaçar a voltar, me controlo e só passo pra te olhar. Só dessa vez, não vai. 

Vou deixar a porta aberta, vou estar esperando você voltar. 

Para minha querida Coragem,
com amor,
Eu.

As vezes lembro Dela.

Eu era do tipo normal,

Ela do tipo explosiva.

Eu invisível,

Ela adorava ser vista.

Eu tímida,

Ela impulsiva.

Eu com amores platônicos,

Ela cada dia em uma cama.

Eu romântica,

Ela do tipo que não ama.

Eu me apaixonei,

Ela reparou.

Eu me desesperei,

Ela me pegou.

Eu corri,

Ela me segurou.

Eu gostei,

Ela não se importou.

Eu acreditava ser feliz,

Ela dormia com meu vizinho.

Eu sem saber,

Ela não se preocupava em esconder.

Eu sofri,

Ela só olhou.

Eu morri.

Ela tentou.

Eu recomecei,

Ela não acreditou.

Eu fui embora,

Ela me espera até agora.